História do vôo livre

A mais antiga notícia sobre um vôo planado é encontrada na mitologia grega e não foi uma história com final feliz. Dédalo arquiteto-criador do labirinto de Minos, e seu filho Ícaro tentam fugir da prisão da Ilha de Creta voando com asas feitas de penas de falcão unidas com cera de abelha. Ícaro, ébrio pelo vôo, elevou-se demais fazendo com que o calor do sol derretesse a cera que moldava as asas. Ele cai e morre, salvando-se apenas seu pai, Dédalo, que entra para a galeria mítica dos homens que conquistaram os céus.

Foi preciso a tecnologia avançar para que os passos em direção aos céus ficassem mais seguros e objetivos. Francis Rogallo trabalhava para a NASA, como engenheiro e diretor do Laboratório de Langley, pesquisando as possibilidades dos aerofólios flexíveis serem usados pelos pilotos nos vôos de regresso das missões espaciais. Como subproduto destes estudos, Rogallo e sua mulher patenteiam, em 1962, um artefato que irá servir de modelo para todos os desenvolvimentos subseqüentes de asas para vôo livre.

Ao contrário de todos os experimentos anteriores, a asa dos Rogallo é tecnicamente bem-nascida e criada num dos melhores laboratórios do mundo, a partir de amplas experiências com túneis de vento e com modelos de simulação de vôo por computador.

É um esporte radical, com vôo de planeio, que utiliza as térmicas (atividade térmica e do vento na camada limite atmosférica) para realizar vôos locais ou de grande distância, possibilitando alterar tanto a velocidade quanto a trajetória, e ainda escolher o local de pouso. O vôo é silencioso. O piloto pode perceber a estrutura espacial e as varições dos vórtices do escoamento atmosférico de maior ou menor dimensão em relação a dimensão da aeronave. Dessa forma distingue-se do paraquedismo, do base-jumping e do balonismo, sendo mais próximo do vôo das aves que plainam durante o movimento de ascensão ou deslocamento helicoidal.

As duas principais modalidades são o parapente e a asa-delta.

O Brasil é considerado o “Havaí do vôo livre”. Cidades como Patu (RN), Quixadá (CE), Governador Valadares (MG), Andradas (MG), Rio de Janeiro (RJ), Brasilia (DF), Sapiranga (RS), Igrejinha (RS), Santo Antônio do Pinhal, Atibaia (SP) e São Vicente (SP) são locais de renome internacional na prática do esporte.

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